ONU lança campanha “Igual a você” contra o estigma e o preconceito no Brasil

09/02/2010

Igualdade de direitos e um alerta à sociedade brasileira para o tema das discriminações que homens, mulheres e crianças vivem diariamente no Brasil. Esses são os objetivos da campanha “Igual a Você”, lançada pelas Nações Unidas e sociedade civil. A iniciativa dá voz e notoriedade aos direitos humanos de estudantes, gays, lésbicas, pessoas vivendo com HIV, população negra, profissionais do sexo, refugiados, transexuais e travestis e usuários de drogas. A veiculação iniciará em emissoras de televisão de todo o país.

A campanha surge como uma iniciativa contra as violações de direitos humanos e desigualdades, especialmente nas áreas da saúde, educação, emprego, segurança e convivência. Trata-se de uma oportunidade de sensibilização da sociedade brasileira para o respeito às diferenças, que caracterizam cada um dos grupos sociais inseridos na campanha, reafirmando a igualdade de direitos.

Produzidos pela agência [X]Brasil – Comunicação em Causas Públicas e gravados em estúdio com trilha sonora original de Felipe Radicetti, dez filmes de 30 segundos apresentam mensagens de lideranças de cada um dos grupos discriminados, levando em consideração às diversidades de idade, raça, cor e etnia.

Estigmas e preconceitos cotidianos

O preconceito se manifesta por meio de atitudes e práticas discriminatórias, tais como humilhações, agressões e acusações injustas pelo simples fato de as pessoas fazerem parte de um grupo social específico.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), uma das facetas do racismo se revela na remuneração média da população brasileira: homens brancos (R$ 1.200), mulheres brancas (R$ 700), homens negros (R$ 600) e mulheres negras (R$ 400).

O ambiente escolar também é outro local de resistência à diversidade. Segundo pesquisa de maio de 2009 realizada em 500 escolas públicas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, 55% a 72% dos estudantes, professores, diretores e profissionais de educação demonstram resistência à diversidade por meio do indicador “distância social”. O maior distanciamento é verificado com relação aos homossexuais (72%).

A campanha é assinada pelas agências UNAIDS, ACNUR, UNIFEM Brasil e Cone Sul, UNESCO no Brasil e UNODC, com apoio do UNIC Rio. Somam-se, mais uma vez, ao esforço da sociedade civil pela igualdade de direitos: ABGLT, AMNB, ANTRA, Movimento Brasileiro de Pessoas Vivendo com HIV/Aids e Rede Brasileira de Prostitutas.

Abaixo, assista três filmes da campanha “Igual a Você” com as temáticas Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais. Para o conteúdo integral, visite o site da ONU Brasil.


Revista IstoÉ traz matéria sobre filhos de LGBT

18/11/2009

Presidente da APOGLBT e sua filha são um dos destaques

Bruna ao lado de seu "pãe", Xande.

A resvista IstoÉ desta semana traz a reportagem “Filha, eu sou gay”, que fala de mães e pais que assumem sua homo-transexualidade para os filhos. O presidente da APOGLBT, Alexandre Santos, e sua filha Bruna são um dos destaques da matéria. Xande (como é conhecido) gerou Bruna antes de se identificar como homem transexual e, apesar da ótima convivência entre os dois, a filha do militante fala sobre os preconceitos que sofreu em nome do “pãe”.

“Tive um namorado que terminou comigo quando lhe contei. E tive amigos e pais de amigos que se afastaram por causa do preconceito”, revela Bruna ao jornalista Wilson Aquino, que assina a reportagem. Hoje com 18 anos, a jovem assegura que a identidade de gênero de Xande não a incomoda, porém, sua tranqüilidade não reflete os aborrecimentos e decepções que já enfrentou.

O presidente da Associação Brasileira de Gays, Oswaldo Braga, e seu filho Gabriel  são outros dois personagens abordados pela matéria. Gabriel soube que o pai era gay aos 15 anos e, por quase uma década, rejeitou a orientação sexual do progenitor. Atualmente, Gabriel diz se orgulhar de ter aprendido com o pai que o melhor mesmo é viver uma vida verdadeira. “Se os gays são minoria, eu sou a minoria da minoria, porque sou filho de pai gay”, acrescenta.

O jornalista ainda consulta a ex-desembargadora Maria Berenice Dias, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Família, e a escritora Edith Modesto, fundadora do Grupo de Pais de Homossexuais (GPH). A reportagem  também cita a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que visa dimensionar o universo de casais gays no país, a partir do ano que vem.

O site da revista disponibiliza a reportagem para leitura na íntegra, aqui.